terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Conto: Confissões Part. II


Parte II

           O coração batia tão rápido como um relógio descompassado, sem ritmo. Ela procurava ele naquele imenso supermercado . Toda arrumada como se fosse ir a uma festa de 15 anos, queria encantar o rapaz, seu primeiro amor. Foi então que seu celular tocou. Adivinha quem era? R que é assim que o chamarei aqui .Devagar S, que é assim que a chamarei aqui, foi olhando para cima e o viu. Coitada... Não sabia o que fazer ir até ele ou esperar? Esperou. Estava nervosa demais para se mexer. R foi se aproximando e ela cada vez ficava mais nervosa. E como era medrosa tinha levado de velas sua prima e sua mãe. Elas ficaram de longe só observando. Não foi um encontro tradicional, pois ele estava trabalhando. Mas os vintes minutos foram os mais longos de sua vida. Ela estava tão nervosa que só conseguia olhar para baixo e e R a elogiava. Deu a hora S teve que voltar para casa  pegou  o ônibus em direção ao Califórnia. Chegando em casa ela só sabia falar dele. 
       E a sua saga continuava esperava dar meia-noite para entrar na internet, mas a espera valia apena. Trocavam fotos e contavam tudo o que viviam. Ele morava com seus avós e alguns irmãos, tinha muito carinho pelo seu coroa e sua coroa. Porém não queria formar uma família, como muitas meninas sonham. E a menina  sonhava com isso! Em ter uma família, em se casar, entrar de branco com seu pai na igreja, em dançar a valsa com seu amor. A menina moça queria dançar com ele!
 As diferenças ente os dois foram começando a aparecer. Mas o rapaz só queria um relacionamento superficial, porém nunca mentiu sobre suas intenções para a moça que mesmo sabendo seguia apaixonada pelo rapaz. 
     De repente ela ouviu o barulho da buzina em seu portão e nervosa saiu correndo para o banheiro para ver se estava bonita o suficiente. Tinha os cabelos alisados e era bem morena, mas o mais bonito nela eram os olhos da cor do mel, como o  que as abelhas produzem. Linda como ela podia sr, beleza de um felino encurralado.  
Ao som da buzina saiu para ver quem era, não estava errada:_ Era ele. Descerá da moto com aquele olhar e a voz que conquistava qualquer pessoa, que voz maravilhosa. Depressa  foram para sala. Foi apresentado a sogra, que por sinal havia gostado muito dele. 
      Depois de algumas conversas o primeiro beijo aconteceu. O primeiro de verdade para ela, pois nunca havia beijado ninguém apesar de ter dezoito anos.  Era romântica demais, daquelas que escrevem cartas, poemas e tudo mais. No PC ela não parava de ouvir a música do Los Hermanos " Último romance" e sempre pensava nele, seu amor, seu amor mais velho. 
      As coisas começaram a ficar mais serias entre dois, só que ainda assim não eram namorados, pelo menos oficialmente. O irmão da moça a zoava dizendo que só ela namorava ele cantando aquela música do Seu Jorge " Tô namorando aquele mino, mas não sei se ele me namora" (...) 
     Não se importava, sonhava que um dia ele chegaria como aquele príncipe encantado pedindo sua mão em namoro ou casamento. Passaram-se os dias e nada mudava entre os dois: eram apenas bons amigos. O relacionamento nunca era assumido. Às vezes  chorava pensando que  não era capaz de amá-la como ela o amava! 
       E aí que saber a continuação deste conto? Então curte ! 

A primeira parte está aqui! 

Poema: Carta Carmim



Bom, eu sou dá época que ainda escrevíamos cartas. 
E eu adorava fazer isso. 
Elas eram normalmente endereçadas a minha mãe, meu pai, minhas amigas e a alguns amores platônicos. 
Hoje com o avanço das tecnologias perdeu-se o encanto de escrever uma carta ou enviar um cartão a alguém. E aí você já escreveu alguma? Ou está só no zap mesmo? 
Leia o poema abaixo. Sei que vai gostar! 




Carta carmim 


Escreveria, todas as noites
Cartas, soletradas
Manchadas...
Por meu amor.

Cartas e mais cartas
Carmim sangue
Despetalada...
Pétala por pétalas.

Escreveria escreveria escreveria
Em várias línguas
Noites e noites
Sem parar.

Envolveria assim
As lembranças
Quebraria sinos
Em meu caminhar.

Escreveria milhas,
Sensível e delicada
Essa carta simples
Que um dia perdi na estrada.


Renata Stefânia                       16/06/09

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